segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nostalgia

Saudade. Saudade de como as coisas eram antes. Saudade dos tempos em que tudo que eu fazia era certo e nada errado. Saudade da infância, onde a alegria era conquistada tão inocentimente.

Saudade daquele amor bobo, infantil. Saudade de como ele não me deixava preocupada, iludida. Saudade de como ficava realizada com um simples sorriso, um simples olhar. Saudade de te ter no pensamentoe aquilo, por si só, bastar.

Saudade das amizades. Aquelas antigas, de quando era pequena, que pensei ser para sempre. Saudade de como nos divertíamos, brincando de boneca. E eu não queria nunca sair do seu lado, até que o destino pregou-nos uma peça.

Saudade de quem já foi. Quem já foi e não volta mais. Saudade daquela compania mais velha, que me pegava no colo e me fazia rir com suas histórias. Saudade da sua alegria.

Saudade daquele lugar. Daquela casinha branca de portas azuis e janelas amarelas. Saudade do mar batendo na calçada, fazendo-me sonhar.

Saudade. Saudade daqueles sonhas antigos que me mandaram acordar.

Um cara não tão esperto

Nunca fui uma pessoa de ter muitos medos, mas, se tinha algo que realmente me deixava assustado, era a dor. A dor de um coração partido, de um machucado, de ser deixado sozinho, abandonado.
Lembro-me de quando era criança, e, em uma briga na escola, caí e machuquei os joelhos. Meus olhos encheram de lágrimas, mas me lembro de engolir o choro, não pelo fato de meninos não chorarem e, sim, para não admitir a derrota e me acostumar com o fracasso. E foi aí que percebi que, na tentativa de enganar a mim mesmo, conseguira enganar a dor.
Depois de tanto tempo, me tornei um cara esperto, manioulador, que deixava que os outros sofressem no meu lugar, que se recusava a deixar que a dor tomasse conta de mim.
Até que um dia, conheci uma garota mais esperta do que eu. Tão esperta que me fez me apaixonar tão loucamente, a ponto de deixá-la partir, pois sabia que seria incapaz de fazê-la feliz.
E hoje, a dor de não tê-la mora dentro de mim, comprovando qie Freud realmente tinha razão ao dizer que a dor era inevitável. Inevitável até para um cara que um dia se julgou esperto como eu.